Atualizada às 11:44 de 12/12/2017.

A coordenadora institucional do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) da Uergs, Sandra Lemos, esteve em Brasília nos dias 6 e 7 de dezembro para participar de uma reunião do Fórum dos Coordenadores Institucionais do Pibid (Forpibid), e de audiências na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), no Senado, e na Comissão de Legislação Participativa (CLP), na Câmara dos Deputados. Nesses dois dias bolsistas e coordenadores do Pibid de todo o país estiveram na Capital Federal numa mobilização em prol da permanência do Programa nos moldes atuais. Em outubro, o Ministério da Educação anunciou a substituição do Pibid pelo Programa Nacional da Residência Pedagógica. O MEC foi convidado para a audiência no Senado, mas não compareceu, porém, na noite de sexta-feira (8) chamou as lideranças do Pibid para uma audiência na próxima quarta-feira (13), às 19h.

O Forpibid realizou, na quarta-feira, uma avaliação nacional do Programa e discutiu as estratégias para enfrentamento das dificuldades decorrentes das possibilidades de cortes e extinção do Pibid.

Na audiência na CDH, na quinta-feira, professores, bolsistas e especialistas criticaram a modificação do Pibid. O vice-presidente da comissão, senador Paulo Paim (PT-RS), lamentou que o Ministério da Educação não estivesse presente no debate.

O Pibid é uma política pública de formação de professores instituída há dez anos. Presente na audiência, o representante dos bolsistas, Wesley Gomes, considerou o Programa Nacional da Residência Pedagógica um retrocesso. “Um direito inalienável de cada cidadão e cidadã brasileiro. E se ela é um direito, ela não pode ser ignorada, não pode ser destruída por simples lâminas de powerpoint” afirmou.

Só no Rio Grande do sul 32 universidades participam do Programa, totalizando 7 mil bolsistas. Em todo o país, são 300 universidades.

Sandra, que também coordena o Forpibid no Rio Grande do Sul, falou sobre a importância do Programa e das mobilizações em prol de sua permanência, inclusive com a participação de bolsistas. “O Pibid, além de formar professores, ensina a formar pessoas que saibam o seu posicionamento político. Nós, professores, estamos ensinando aos nossos alunos também que ser professor nesse país é resistência. Ser professor é também aprender a lutar pelos seus direitos politicamente”, disse. “A gente sabe que estão vindo de ônibus, talvez seja a primeira vez que estão vindo nesse lugar que é o centro do poder. “Então este é um momento de grande aprendizado”, acrescentou.

A coordenadora do Pibid na Uergs e do Forpibid também falou sobre a necessidade de uma reunião com o MEC para mostrar ao Ministério a importância do Pibid e como é desenvolvido em todo o país.

A deputada Polyana Gama (PPS-SP) ressaltou que a qualidade da educação depende de qualificação e valorização dos professores. E quer saber o porquê da extinção do Pibid. “Nós queremos ouvir do governo que aí está qual é a avaliação que eles têm a respeito do Pibid? Porque, então, de repente, mudar a maneira como é feito o Pibid? O que se identificou?”, questionou.

O senador Paulo Paim disse que vai convidar o ministro para explicar a extinção do Pibid. “Eu vou convocar outra reunião e vamos pedir que esteja aqui, de preferência, o ministro. Quem sabe, a gente ache um caminho comum para fortalecer esse belo programa que é o Pibid”, assegurou o senador, informando que uma cópia da audiência seria encaminhada ao ministro da Educação.

Com informações da Rádio Senado