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Coordenadores do Pibid de universidades gaúchas pedem apoio ao senador Paulo Paim

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Ao final da reunião, foi agendada uma audiência pública que deverá ocorrer dia 7 de dezembro, em Brasília.
Ao final da reunião, foi agendada uma audiência pública que deverá ocorrer dia 7 de dezembro, em Brasília.

Uma comitiva de coordenadores do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) de universidades gaúchas se reuniu com o senador Paulo Paim, na segunda-feira (13), em busca de apoio ao Programa. O Ministério da Educação (MEC) está prevendo algumas mudanças no Pibid, o que vem preocupando coordenadores e bolsistas. Ao final da reunião, o senador agendou um audiência pública que deverá ocorrer em Brasília no dia 7 de dezembro em horário a ser confirmado.

Estiveram com o senador a coordenadora institucional do Pibid da Uergs e coordenadora do Fórum dos Coordenadores Institucionais do Pibid (Forpibid), Sandra Lemos, a coordenadora de área do Pibid na Uergs em Alegrete, Rochele Santaina, a coordenadora institucional do Pibid da Univates e integrante do Fórum Nacional do Forpibid, Cristiane Antonia Hauschild, a coordenadora de gestão do Pibid da Univates, Jane Herber, e a coordenadora institucional do Pibid da Unilassale/Canoas, Lúcia Regina da Rosa.

O Pibid oportuniza que estudantes dos cursos de licenciatura realizem atividades semanais em escolas da rede pública, sob a supervisão de um docente. De acordo com Sandra, a principal luta dos coordenadores institucionais é com relação às ameaças de interrupção ou de mudanças no Programa.

No formato atual do Programa, o acadêmico tem contato com a escola desde o segundo semestre do curso de licenciatura, sempre acompanhado pelo supervisor do Programa na Escola e pelo professor coordenador vinculado à Universidade, tendo amparo para pesquisa e planejamento de suas ações, e recebendo orientação.

Na terça-feira (14), o MEC lançou em São Paulo o projeto piloto de um Programa de “Residência Pedagógica”. De acordo com Sandra, essa proposta se coloca como a “modernização do Pibid”. “Entretanto, se parece, e muito, com o modelo de ‘estágio supervisionado’ já em funcionamento, a partir do 3º ano da licenciatura. Além disso, parece-nos apresentar um grande risco que conduz à precarização do trabalho docente, uma vez que possibilitará o acadêmico dobrar o turno do estágio, atuando na escola até 32 horas semanais”, disse a coordenadora.

Na Uergs, o Pibid é desenvolvido desde 2011, nos cinco cursos de licenciatura em Artes Visuais, Dança, Música, Pedagogia e Teatro. Atualmente, a Uergs mantém convênio com 27 escolas nos municípios em que oferta os cursos de licenciatura: Alegrete, Bagé, Cruz Alta, Montenegro, Osório, São Francisco de Paula e São Luiz Gonzaga.

Mobilizações

O Forpibid está se mobilizando, em todo o país, e buscando apoio de parlamentares, das escolas parceiras e das secretarias de educação. Só na Região Sul do Brasil, já foram colhidas cerca de 30 mil assinaturas em abaixo-assinados de apoio ao Programa. Além disso, há uma petição online que pede a continuidade do Pibid sem cortes e sem interrupções.

Informe do Forpibid (.pdf 161,74 KBytes)

Confira o relato da professora Sandra Lemos

Enquanto coletivo do Pibid, reiteramos a importância do Programa para a qualidade na formação inicial dos licenciandos e continuada dos professores da educação básica e superior. Em razão disso, assumimos que ele ultrapassa seus objetivos iniciais de atender a demandas de melhoria de qualidade de indicadores na escola, forjando a qualificação da formação do licenciando. Assumindo um lugar importante nas políticas públicas de formação de professores, alinhando-se às metas previstas no Plano Nacional de Educação.

Tanto a Universidade quanto as escolas parceiras, da rede pública, apontam para a necessidade de permanência e constante consolidação do Pibid, dada a relevância deste no cotidiano escolar, na (re)significação de saberes e fazeres e nas trocas produzidas entre os campos de saber e particularmente pela articulação entre as instituições envolvidas. O que contribui, sobremaneira, com a assunção da identidade docente, com a opção pela docência, com a qualificação profissional e particularmente com a permanência estudantil na universidade. Outro aspecto que merece destaque é processo de pertencimento instaurado pelas diferentes ações formativas nutridas na e pela relação escola e universidade. Além disso, configura-se como uma política pública de formação fundamental para a dedicação e permanência do aluno de licenciatura na universidade, por possibilitar vivências e experiências de formação inicial e continuada.

Acreditamos que o Pibid tem influenciado no ingresso às licenciaturas, pois possibilita que os alunos da educação básica constituam um olhar diferenciado sobre a docência. O contato com os Pibidianos, jovem aprendiz da docência, oportuniza incentivo e valorização da profissão e da necessária profissionalização docente, desse modo, incentiva o ingresso nas licenciaturas.

O Pibid tem papel fundamental na concretização da função social da universidade e na superação de um distanciamento histórico entre universidade e escola. Uma vez que todos são aprendentes e sujeitos do processo e do trabalho coletivo, abre espaço para superação de hierarquias historicamente constituídas nas relações entre escola-universidade. Além de mobilizar as equipes e turmas nas quais atuam os subprojetos, há uma mobilização maior na escola, permitindo ações interdisciplinares, com outros professores e áreas, o que produz um movimento que abarca desde a educação infantil à educação superior. Com isso, promove uma alteração no processo do planejamento na escola básica, com fazeres coletivos e interdisciplinares, em um processo de ação-reflexão-ação. Vale destacar também, que as vivências interdisciplinares e os planejamentos coletivos trazem a baila a discussão e a materialização da interdisciplinaridade, das trocas e dos encontros formativos, preconizados em inúmeros documentos de longa data.

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