Professora da Uergs desenvolve ação que reflete os possíveis traumas causados pela pandemia do novo coronavírus
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Em momentos como o que a humanidade enfrenta hoje, uma pandemia que mudou toda a configuração social existente até então, são muitos impactos que demandam atenção. Dentre eles, pensar nos possíveis traumas causados às crianças. Para colaborar com o preparo dos profissionais que irão atuar em escolas no pós-pandemia, um grupo de estudos da Uergs em Cruz Alta, coordenado pela professora Armgard Lutz, têm se debruçado em aprofundar reflexões e ações pautadas na Pedagogia da Emergência (PE). A ação consiste em estudos semanais de obras relacionadas à PE, onde revisitam teorias que possam prepará-los para atuar após a pandemia.
Para fazer parte do grupo, os interessados devem preencher o formulário de inscrição. Após isso, são enviados aos inscritos conteúdos de vídeo e texto que irão embasar as discussões dos encontros. Também após a inscrição, os participantes são convidados para entrar em um grupo de estudos, no Whatsapp. Semanalmente é marcado um encontro virtual para debater as obras selecionadas. Outro esforço é atentar para como os professores e professoras estão se sentindo neste momento, como estão se fortalecendo e como irão receber seus alunos. A busca, nesse sentido, está em pensar as ações que irão ajudar estes discentes. A iniciativa é aberta a todas as pessoas interessadas na temática.
Além disso, os participantes do grupo têm se envolvido em campanhas de arrecadação de fundos que são utilizados para compra de alimentos e equipamentos de proteção individual, distribuídos para escolas carentes e pessoas em situação de rua.
A professora Armgard já se mantinha, antes mesmo da pandemia, em contato com uma rede que integra membros de diferentes estados brasileiros, que desenvolvem debates e encontros focados no estudo da Pedagogia da Emergência. São instituições de ensino, psicólogos, pediatras, médicos, dentre outros profissionais interessados da temática.
A Pedagogia da Emergência é uma linha que trabalha no auxílio de crianças que passaram por algum trauma, causado por eventos dramáticos. Lutz explica que é o caso da pandemia do novo coronavírus, que resulta em mortes rápidas, sem a possibilidade do enterro, com um ritual de despedida. Outro agravante é a necessidade de ficar em casa, diante de medos como a falta de trabalho e o aumento da pobreza no país, que podem podem prejudicar o psicológico das pessoas.
A linha pedagógica foi criada em 2006, pelo professor alemão Bernd Ruf, após sua participação no repatriamento de 21 jovens libaneses, em meio à guerra entre Israel e o Hezbollah - organização política e paramilitar fundamentalista islâmica. Em uma entrevista realizada em 2014 ao canal NAMU, Ruf explica que nem sempre externar verbalmente os sentimentos é a melhor forma de lidar com os traumas. Então, é preciso pensar em alternativas que auxiliem essas pessoas a se reconectarem consigo mesmas, como as artes, por exemplo.
Por: Émerson Santos
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- Ana Carolina Tramontina
- Seis pessoas estão em pé, lado a lado, sorrindo para a câmera em um ambiente interno com paredes verde-claro e portas verdes. No centro do grupo, ao fundo, há um banner com o logotipo da Uergs (Universidade Estadual do Rio Grande do Sul). Da esquerda para a direita: A primeira pessoa é uma mulher de cabelos castanhos, soltos e ondulados, usando óculos, blusa branca de mangas bufantes e jeans. Ela está com uma das mãos no ombro do homem ao lado. O segundo é um homem de cabelo grisalho curto, usando óculos, camisa azul-clara listrada e calça jeans. Ele segura uma caneca branca junto com a terceira pessoa. A terceira é uma mulher loira, de óculos, usando blusa azul-escura e calça preta. Ela segura a caneca e um panfleto. A quarta é uma mulher de cabelos castanhos escuros e longos, usando uma blusa verde e calça preta. Ela segura o mesmo tipo de panfleto. A quinta é uma mulher de óculos com armação azul, cabelos presos, vestindo uma camiseta azul com branco e calça esportiva. Ela segura um copo transparente. A sexta é uma mulher de cabelos loiros, soltos, vestindo uma blusa rosa-choque e calça jeans escura. Ela está com a mão nas costas da colega ao lado. O ambiente é iluminado por luz artificial, com piso cinza claro e teto de placas modulares. Todos parecem felizes e participando de um momento comemorativo ou de entrega simbólica de brindes.
- A foto mostra uma sala de aula ampla e bem iluminada, com piso de madeira e paredes de tijolos pintados de verde claro. Cerca de 60 pessoas participam de uma roda de conversa, dispostas em cadeiras escolares com mesas acopladas, organizadas em formato circular e semicircular. A maioria das cadeiras é verde água. No centro da sala, duas mulheres de camiseta branca falam para o grupo. Uma está em pé, próximo ao quadro branco, e outra ao centro da roda, segurando um leque com a mesma identidade visual da camiseta. O público é diverso, com pessoas de diferentes faixas etárias, tons de pele, estilos e gêneros. Algumas estão atentas às falas, outras leem folhetos ou observam ao redor. Quase todas carregam o leque colorido da campanha sobre igualdade. Ao fundo, grandes janelas com vidros escuros ocupam a maior parte da parede lateral.
- Imagem desfocada com tonalidade esverdeada, mostrando uma mão humana segurando uma lupa em frente a uma tela de notebook. A lupa está centralizada e ampliando parte da tela, embora o conteúdo da tela também esteja desfocado. O notebook está aberto, sobre uma superfície de madeira clara, e exibe o que parece ser uma página da internet com várias imagens ou miniaturas organizadas em colunas. A mão que segura a lupa vem da lateral esquerda da imagem. A cena sugere o ato de investigar ou observar algo com atenção.