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Orgulhosa da trajetória na Uergs, estudante da unidade em Tapes celebra a conquista do 1º lugar em mestrado da UFRGS

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Enquanto cursa a segunda graduação na Uergs, Juliane Carvalho passou em 1º lugar no mestrado do PPGDR da UFRGS.
Enquanto cursa a segunda graduação na Uergs, Juliane Carvalho passou em 1º lugar no mestrado do PPGDR da UFRGS.

A Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs) foi criada em 2001 com a missão de levar o Ensino Superior público a regiões do estado onde não havia essa oferta. Com isso, tem proporcionado a centenas de estudantes a oportunidade de continuar morando com suas famílias enquanto cursam uma graduação e de realizar novos sonhos. 

Passados 23 anos desde a sua criação, a Uergs ainda cumpre o seu principal papel, e essa história pode ser contada pelas pessoas que tiveram suas vidas transformadas pela presença da Universidade nos municípios onde vivem. É o caso da Juliane Carvalho, moradora de Tapes, na Região Centro-Sul do Rio Grande do Sul. Além de ser a primeira da família de agricultores familiares a cursar uma graduação em uma universidade pública, hoje Juliane celebra a conquista do 1º lugar na seleção para o mestrado do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural (PPGDR), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Juliane da Silva Carvalho iniciou sua trajetória acadêmica em 2018, na Uergs em Tapes, quando ingressou no curso de Bacharelado em Administração. Ela concluiu a graduação em 2023 e, no mesmo ano, retomou os estudos na Universidade, desta vez no curso de Bacharelado em Gestão Ambiental. “Me apaixonei pela Uergs e pela forma como eles valorizam o ensino de qualidade”, conta Juliane ao ser perguntada sobre o motivo de ter retornado à Universidade para cursar a segunda graduação.

Apresentação do projeto da Empresa Júnior na Faculdade Dom Bosco, em Porto Alegre.
Apresentação do projeto da Empresa Júnior na Faculdade Dom Bosco, em Porto Alegre.

Logo que entrou no curso de Administração, Juliane se interessou pelas atividades de pesquisa e de extensão universitária. Ela conta que, na primeira oportunidade, ainda em 2018, inscreveu-se como voluntária no projeto de incentivo à implementação de uma Empresa Júnior no curso de Administração, iniciativa coordenada pelo professor Carlos Alberto Frantz. Em 2020, durante a pandemia, ela assumiu novas responsabilidades e se tornou bolsista do projeto. 

Em 2021, mais uma vez, Juliane se voluntariou e passou a atuar no projeto de extensão “Cultivando Agroecologia: Dimensões e Debates em Perspectivas”, coordenado pela professora Rafaela Printes. Em 2023, se inseriu em um projeto de inclusão digital que tem o objetivo de capacitar agricultores locais para utilizar a internet na comercialização de seus produtos, coordenado pela professora Gabriela Dias. 

Juliane (à direita) em atividade do projeto sobre a Rota dos Butiazais.
Juliane (à direita) em atividade do projeto sobre a Rota dos Butiazais.

“E em abril de 2024, tive o privilégio de ser selecionada para ser bolsista principal do projeto ‘Fortalecimento da Rede de Inovação do Butiá para Promover Renda e Conservação dos Ecossistemas do Butiazais em Tapes, Rio Grande do Sul’ sob a coordenação da professora Rafaela Printes, que se encerra agora em dezembro de 2024”, relata.

A professora Rafaela fala com orgulho sobre a trajetória de Juliane na Uergs e sobre a conquista do 1º lugar em um programa de pós-graduação da UFRGS. “É uma aluna que se destacou por ter se envolvido desde o início da graduação em atividades de monitoria, projetos de pesquisa e extensão, com bolsa e sem bolsa, e na organização de semanas acadêmicas, entre outras atividades”, conta a docente.

Juliane (a segunda da esquerda para a direita) em evento na Universidade Federal do Rio Grande (Furg).
Juliane (a segunda da esquerda para a direita) em evento na Universidade Federal do Rio Grande (Furg).

Para Juliane, o exemplo e o incentivo recebido pelos(as) professores(as) da Uergs são marcas importantes de sua trajetória acadêmica na Universidade. “O apoio e incentivo que recebi dos meus professores para chegar até aqui foi o mais importante. Foram inúmeras ajudas, desde financeira e até de transporte para ir em congressos e seminários, que fizeram com que chegasse até aqui. E o incentivo de que eu era capaz e que poderia, sim, não apenas ser a primeira da minha família a me formar em uma universidade pública, mas também a ingressar em um mestrado e posteriormente doutorado”, afirma.

Por ter ficado em primeiro lugar na classificação das pessoas candidatas ao mestrado no PPGDR da UFRGS, Juliane receberá uma bolsa de estudos. “Sem a Uergs, jamais sonharia entrar em um mestrado, mas ter sido selecionada e em 1° lugar mostra que, através da educação de qualidade e incentivo de professores, mesmo você morando no interior e com poucos recursos, pode chegar onde quiser”, celebra a estudante.

Juliane conta que chegou a cursar o Magistério no Ensino Médio, mas quando chegou na Uergs, se apaixonou pela vida acadêmica. “Como monitora de algumas disciplinas durante a graduação e participando de projetos de extensão, me encontrei como professora universitária e pretendo me qualificar o máximo possível para atuar nessa área”, afirma Juliane.

Por isso, a conquista de uma vaga no mestrado é a realização de um sonho. “Sinto uma gratidão enorme. Era um sonho desde que entrei na Uergs, onde tive o privilégio de vivenciar a vida acadêmica e tudo que ela é capaz de desenvolver em uma sociedade. Tenho certeza que escolhi a Universidade certa para minha graduação e espero que futuramente, mesmo que como professora voluntária, possa voltar e retribuir um pouco de tudo que vivenciei nesses últimos seis anos de Uergs”, projeta.

Enquanto não volta à Uergs como docente, Juliana já faz planos para a pesquisa no mestrado, com um projeto que dá continuidade aos estudos iniciados na graduação. “Meu projeto é uma extensão do meu Trabalho de Conclusão de Curso realizado em 2022. Como neta de agricultores familiares e por morar em um município em que 75% da população reside em zona rural, sempre tive interesse em saber como as tecnologias digitais chegam para os agricultores familiares e como eles utilizam elas em suas propriedades. E se não utilizam, quais [são]os motivos”, revela.

Nesse sentido, a intenção de Juliane na pós-graduação é mapear as tecnologias digitais utilizadas na Agricultura Familiar na Região do Centro-Sul do Rio Grande do Sul. Ela também pretende identificar o perfil dos(as) agricultores(as) familiares dessa região no que se refere aos aspectos sociais e econômicos, além de implementar um curso de capacitação junto à Emater e ao sindicato dos produtores rurais de alguns municípios, voltado ao uso das tecnologias e seus benefícios, como forma de apoiar os(as) agricultores(as).

Por: Daiane de Carvalho Madruga.

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