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Uergs em Tapes promove oficina de beneficiamento de lã de ovelha como alternativa ao uso de materiais sintéticos

Edredons confeccionados durante as aulas foram doados a famílias atingidas pelas enchentes.

Publicação:

Fotografia de um grupo de 19 pessoas sob uma estrutura de metal com teto transparente. O grupo está em pé atrás de duas traves de madeira que suportam várias mechas de lã de ovelha secando após o processo de higienização.
Em sua segunda edição, a oficina compartilha conhecimentos sobre o aproveitamento de lã na perspectiva socioambiental.

Atualizada em 30/07/24 às 12h15.

A Uergs em Tapes está realizando a segunda edição da Oficina que integra um projeto de Extensão voltado ao beneficiamento de lã ovina. A ação promove o compartilhamento de  conhecimentos sobre o aproveitamento de lã numa perspectiva socioambiental. Nesta edição, a iniciativa teve uma motivação a mais: apoiar famílias da Colônia dos Pescadores de Tapes atingidas pelas enchentes, que receberam edredons produzidos nas aulas.

O Projeto de beneficiamento de lã foi criado em 2022 por iniciativa da Biblioteca Prof. Dr. Albano Schwarzbold, da Uergs em Tapes. O objetivo é resgatar a cultura do aproveitamento da lã de ovelha até mesmo como fonte de renda, além de promover reflexões sobre questões ambientais que envolvem o uso e o descarte de fibras sintéticas. Esta edição da Oficina ocorre em parceria com a Emater/RS e também é produto oriundo do Trabalho de Conclusão de Curso da estudante Priscila Silva, da especialização em Educação Socioambiental ofertada na Uergs em Tapes.

 

Inovação Social

Priscila está desenvolvendo uma pesquisa sobre a cadeia produtiva de lã e os desafios para a reintrodução dessa matéria-prima no mercado. Ela explica que a lã oriunda de algumas raças de ovelha produzidas na região de Tapes tem determinadas características que dificultam o seu aproveitamento pelo mercado, o que contribui para que se torne um resíduo que, muitas vezes, é descartado de forma incorreta. Além disso, o aproveitamento dessa lã é uma alternativa ao uso de lãs sintéticas.

“Isso é um problema ambiental porque a fibra sintética gera o microplástico que acaba contaminando a água. Então estamos importando fibras sintéticas e gerando microplástico enquanto enterramos ou queimamos uma fibra orgânica nobríssima que é a lã ovina”, pontua Priscila.

Nesse sentido, a Oficina é um produto de inovação social que busca aproveitar uma sabedoria tradicional e, por meio do resgate desses conhecimentos, propor um caminho para reintroduzir a lã no mercado.

“No desafio de reintroduzir a lã no mercado, um dos caminhos é gerar mão de obra qualificada. Para isso, é preciso que alguém passe esse conhecimento. Então, a proposta é resgatar esses saberes e passar para que outras pessoas saibam cuidar da lã. Isso porque muitas pessoas têm a lã e não sabem o que fazer, enquanto que outras pessoas estão precisando gerar renda, mas não têm a lã. Então a ideia é conectar essas pessoas”, afirma a pós-graduanda.

 

Extensão Universitária

De acordo com a bibliotecária da Uergs em Tapes, Lucy Oliveira, a iniciativa envolve todos os segmentos da comunidade universitária: estudantes e funcionários do corpo docente e do corpo técnico e de apoio administrativo, e atrai a comunidade externa para conhecer melhor a Universidade. 

A Biblioteca Universitária entra como a ponte para promover um aprendizado cultural, o compartilhamento de conhecimentos ancestrais e emocionais que o artesanato proporciona aos envolvidos. Além disso, possibilita a inclusão, o pertencimento e o entrosamento entre a comunidade e a Universidade”, pontua Lucy.

A Oficina é ministrada por Priscila e pela extensionista da Emater/RS Francilene Ávila. Para confeccionar os edredons, são utilizadas lãs doadas por produtores de ovelha da região e tecidos trazidos pelas pessoas que participam das aulas. 

Fotografia de um grupo de 15 pessoas em um ambiente coberto com telhado de metal e paredes de chapas metálicas. As pessoas estão sorrindo e posicionadas atrás de uma mesa com diversos edredons enrolados e empilhados em duas fileiras. As cobertas estão acompanhadas de um cartão.
Edredons produzidos na primeira etapa das oficinas foram doados a famílias de Colônia de Pescadores atingidas pelas enchentes.

O processo de aprendizagem inclui desde as técnicas de higienização das lãs, que devem ser lavadas e secadas, até o processo artesanal de composição das tramas e de finalização das capas dos edredons. As etapas finais da confecção foram ensinadas pela extensionista Leticia Lima e por integrantes do Grupo Mãos que Tecem, numa parceria com a Emater do município de Charqueadas.

Nessa primeira etapa de confecção de edredons, cerca de 20 pessoas da comunidade externa à Uergs participaram das oficinas. O projeto segue até novembro e entra agora em uma nova fase, onde serão compartilhados conhecimentos sobre a feltragem, a fiação e a confecção de outros produtos a partir da lã de ovelha.

Confira os vídeos produzidos pelas organizadoras da oficina, sobre os processos de higienização da lã e de confecção dos edredons:

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2ª edição da Oficina de Beneficiamento de lãs - Uergs em Tapes.

Processo de higienização de lãs durante a Oficina que integra um projeto de Extensão voltado ao beneficiamento de lã ovina. Crédito: Hyalle Ávila

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2ª edição da Oficina de Beneficiamento de lãs - Uergs em Tapes

Processo de confecção de edredons durante a Oficina que integra um projeto de Extensão voltado ao beneficiamento de lã ovina. Crédito: Hyalle Ávila

Por: Daiane de Carvalho Madruga

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