Presidente da Capes ministra Aula Magna na Uergs e fala sobre os rumos e desafios da Pós-Graduação no Brasil
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O presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do Ministério da Educação (MEC), Abílio Afonso Baeta Neves, ministrou a Aula Magna de abertura do semestre letivo da Uergs, na tarde desta sexta-feira (1º). Ele falou sobre os rumos e possibilidade da pós-graduação no Brasil para um público formado por estudantes, professores e funcionários da Uergs e de outras instituições de Ensino Superior.
Neves iniciou a aula falando sobre a situação orçamentária da Capes. Em 2016, o orçamento da agência de fomento era de R$ 6 bilhões que caíram para R$ 4,8 bilhões em 2017 e, de acordo com o presidente, mesmo assim foi preservado o apoio aos principais programas de fomento e inclusive houve a ampliação do apoio à manutenção desses programas, com a aprovação constante de abertura de novos cursos, que chega a ser de 7% ao ano.
“Temos um paradoxo, pois os maiores orçamentos não correspondem necessariamente aos maiores volumes de recursos investidos na pós-graduação. Isso por um lado nos dá uma certa satisfação, mas por outro lado nos mostra que o que se estamos fazendo é o atendimento às necessidades da pós-graduação, mas com pouca capacidade de enfrentar as necessidades do seu crescimento e da ampliação do sistema. O orçamento precisa não somente retomar o trabalho de atendimento mas crescer pra dar conta da expansão do sistema e das demandas novas”, avalia Neves. Uma das soluções, de acordo com o presidente da Capes, seria a busca e a regulamentação para a captação de recursos privados.
O presidente também elencou outros desafios para o fomento da Ciência e Tecnologia que não estão relacionados às questões orçamentárias, mas sim às tendências de transformação das universidades e da pesquisa e pós-graduação no Brasil.
Uma dessas tendências está relacionada ao perfil dos egressos dos cursos de pós-graduação, já que as pesquisas apontam que o destino dos mestres e doutores está deixando de ser a academia, prioritariamente. Nesse contexto as Universidades veem a necessidade de se adequar e propor programas voltados à formação de profissionais voltados a outras áreas do mercado de trabalho, e começam as surgir as propostas de mestrados e doutorados profissionais.
Os demais desafios, de acordo com Neves, estão relacionados à visão de que a pós-graduação é a base para a produção de pesquisa; à busca pela internacionalização por meio de parcerias com universidades e grupos de pesquisa internacionais e à busca pela excelência em pesquisa.
“Essa discussão sobre estratégias institucionais de desenvolvimento da pós-graduação é uma tarefa que precisa voltar a ser feita antes de tudo pelas universidade e a Capes deve ter a sensibilidade de entender qual é a nova dinâmica das universidades”, concluiu.
A prioridade do presidente da Capes, além do atendimento das necessidades da pós-graduação, também tem sido a avaliação de programas relacionados à Educação Básica, como o Plano Nacional de Formação dos Professores (Parfor), a Universidade Aberta do Brasil e o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid), que passa por uma avaliação e será reestruturado, de acordo com a Portaria 158 da Capes, publicada no início deste mês.
O evento contou com a presença de reitores e pró-reitores de Pesquisa e Pós-Graduação de outras universidades do estado, e de representantes de instituições ligadas à Educação e Pesquisa.
A Aula Magna foi transmitida via hangout para as Unidades da Uergs.