Uergs investe em tecnologia que potencializa a formação para a indústria 4.0
Além da área de ensino, o investimento possibilita a expansão da pesquisa e da extensão.
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![Bancada Smart 4.0](/upload/recortes/202307/25155408_127412_GD.png)
A Uergs recebeu recentemente uma Bancada Smart 4.0, um equipamento que conta com tecnologias que permitem o monitoramento de projetos industriais de qualquer lugar e em tempo real. Além de potencializar o ensino, essa aquisição permitirá a expansão de ações de pesquisa e de extensão a partir das funcionalidades do equipamento. A bancada integra a infraestrutura do Projeto Estratégico Uergs 20+ e foi adquirida com recursos do Programa Avançar RS destinados a investimentos em inovação.
A Bancada Smart 4.0 é composta por quatro estações que representam um processo fabril e realizam atividades que envolvem desde o estoque de peças até a montagem e expedição de produtos. Tudo isso é controlado por meio de computação em nuvem, o que permite que o sistema que opera a Bancada possa ser acessado remotamente e até mesmo pelo celular.
“Elas estão conectadas mecanicamente por uma questão didática, mas logicamente elas são totalmente separadas e vão se integrar na nuvem. Uma vez que está na nuvem, numa camada de internet, eu posso ter acesso a partir de uma cyber security, ou seja, uma segurança digital, e eu posso então monitorar isso através de um dispositivo, de um computador externo que esteja conectado à estação”, explica o professor João Alvarez Peixoto, coordenador do Laboratório de Automação da Uergs.
De acordo com o professor João, a possibilidade de acompanhamento do processo não só pelos operadores do sistema, mas também pelas pessoas que consomem esses produtos, é uma das vantagens da Indústria 4.0. “É a era da informação, que permite a você saber onde está seu pedido, por que e como está sendo produzido”, destaca.
Para que operadores(as) e consumidores(as) tenham acesso a essas informações em tempo real, são necessários recursos de automação somados às tecnologias de informação.
Recurso multidisciplinar
A Bancada Smart 4.0 integra o Laboratório de Automação da Uergs e dispõe de recursos que são objeto de estudo desde os primeiros módulos até o final do curso de Engenharia de Controle e Automação.
![André Soares](/upload/recortes/202307/25163636_127441_MDO.png)
“Aqui nessa bancada eles (estudantes) têm a oportunidade de visualizar um processo completo produtivo, embora simplificado com um grau de abstração. A partir da montagem desse produto simplificado, eles conseguem ter acesso aos equipamentos que são os mesmos que vão encontrar na indústria. Então, com isso, conseguem em primeiro lugar um produto integrado e em segundo lugar ter contato aqui com exatamente aquele equipamento que o pessoal vai encontrar na indústria. Conseguem ter uma visão de tudo aquilo que aprenderam no curso”, destaca o coordenador do curso de Engenharia de Controle e Automação, professor André Soares.
De acordo com o professor João Peixoto, esse equipamento também contribui com a formação em outras áreas abrangidas por diferentes cursos da Uergs, como Engenharia de Computação, por exemplo.
“Porque tem toda a questão da troca de dados lógicos e isso é feito via camada de rede, que é o que a Engenharia de Computação trata. Tem a questão da cyber security que não está definida aqui nesta bancada, só existe a possibilidade de se colocar, então tem toda uma área de conhecimento aqui para ser estudada junto à Engenharia de Computação”, explica o docente.
“Nós temos dispositivos específicos em cada uma das estações para monitorar corrente elétrica, tensão elétrica, potência demandada em cada um dos equipamentos, e essas informações são jogadas diretamente na nuvem para identificar o consumo elétrico, consumo de energia, e isso envolve o nosso curso de Engenharia de Energia”, complementa.
João acrescenta que a Bancada pode desenvolver produtos ligados a processos físico-químicos, o que envolve outras áreas, como a Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia. Além disso, conhecimentos das áreas da Administração e das Licenciaturas poderão ser demandados para a gestão da produção e para a capacitação de operadores(as).
Essa integração de diferentes áreas é uma das alavancas para a proposta de um curso de especialização que prevê o uso da Bancada. “Nós queremos congregar isso dentro de uma especialização, para que depois possa pivotar pesquisas. E a pesquisa então traz um mestrado e quem sabe lá na frente um doutorado”, projeta o professor João.
Contribuições para a pesquisa e a extensão
No campo da pesquisa, a intenção é criar um curso de pós-graduação ligado à área de manufatura avançada, que está relacionada à criação de produtos diversos dentro de um mesmo processo fabril. A criação do curso de especialização é uma das ações previstas no Projeto Estratégico Uergs 20+.
Com relação à extensão universitária, João destaca a possibilidade de prestação de serviços a empresas, a partir da aquisição da Bancada 4.0. A intenção é que as indústrias realizem ensaios com a utilização da Bancada para que não precisem parar os processos de produção enquanto experimentam a prototipação de novos produtos.
“Então ele não para a produção e vem ensaiar aqui na Uergs. Aí a gente monta e faz o protótipo desse ensaio. Funcionou? Você replica na empresa. E isso é uma coisa muito importante, porque mexer num processo fabril é mexer justamente na lucratividade da empresa, porque ela para de fabricar para fazer um ensaio. Então é nesse nicho que a gente quer entrar e entrar muito forte”, argumenta Peixoto.
“A gente fala muito em laboratórios de experimentação para engenheiros, para técnicos, para pessoas que querem experimentar coisas, mas não estávamos falando ainda em um laboratório de experimentos para as empresas virem aqui e experimentarem os seus processos”, acrescenta.
João conta que o curso de Engenharia de Controle e Automação já tem um projeto de extensão que convida estudantes do Ensino Médio para conhecer a graduação. A partir de agora, esses(as) estudantes terão a oportunidade de saber mais sobre tudo que envolve a indústria 4.0.
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