Unir ensino, pesquisa e extensão é a proposta do Curso de Agroecologia e Agricultura Orgânica que a Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) promoverá até outubro, com o apoio da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs) e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs).

A abertura oficial ocorreu nesta sexta-feira (3) com a presença de representantes das instituições parceiras. A sala de aula lotou com cerca de 60 participantes de diversas regiões do Estado, entre extensionistas rurais, técnicos representantes de segmentos da rede de produção orgânica, técnicos agrícolas, profissionais e formandos das áreas de agronomia e biologia, e estudantes de pós-graduação. As aulas ocorrerão no Departamento de Horticultura da Faculdade de Agronomia da Ufrgs.

A pesquisadora da Fepagro, Andréia Mara de Oliveira, informou que o objetivo do curso é aprofundar a temática da agroecologia e agricultura orgânica, compreendendo seus conceitos, princípios, manejo do solo, nutrição e adubação, proteção das plantas, certificação e comercialização de alimentos orgânicos. Segundo Andréia, a atividade faz parte das ações do projeto de pesquisa interinstitucional coordenado por ela e financiado pelo CNPq, que começou a ser construído em 2014. “A ideia é capacitar multiplicadores para trabalhar com a agricultura orgânica. Vamos aprender uns com os outros, aproximar a pesquisa do ensino e da extensão, e os alunos serão disseminadores da pesquisa para os agricultores, sugeriu.

A chefe da Divisão de Validação de Tecnologias, Produção e Prestação de Serviços da Fepagro, Corália Medeiros, elogiou a interdisciplinariedade e interinstitucionalidade do curso. “Dessa maneira, a complexidade do assunto é desenvolvida de uma maneira mais holística. Eu fiquei com vontade de fazer o curso, embora não seja da minha área”, disse com entusiasmo.

A Emater/RS-Ascar esteve representada pelo diretor técnico Lino Moura. Conforme ele, a instituição vem buscando, há mais de 20 anos, uma produção mais sustentável e agroecológica. “Mas pouco se avançou. Precisamos dar ao agricultor bioinsumos, segurança técnica e tecnologia validada, para que ele possa produzir com competitividade e ter uma maior rentabilidade”, destacou. “Acredito que, dessa iniciativa, sairão propostas validadas para resolver o problema dos agricultores”.

O pró-reitor de Extensão da Uergs, Ernane Pfüller, falou da satisfação em ser parceiro nessa jornada. “Essa capacitação é muito importante, talvez para sairmos da estatística de sermos um dos maiores consumidores de agrotóxicos do mundo”. E enfocou que a relação entre pesquisa, ensino e extensão é fundamental.

O diretor substituto do Departamento de Agricultura Familiar e Agroindústria da Secretaria do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), José Alexandre da Silva, enfatizou a importância da segurança que o técnico tem que passar para o produtor. “Absorvam o máximo de informação e depois sejam multiplicadores ao repassá-la para o agricultor”.

O representante da Comissão de Produção Orgânica do Rio Grande do Sul, que integra o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), José Cleber Dias, citou a Semana do Alimento Orgânico, que existe desde 2005, e que dialoga com jovens estudantes a respeito de sistemas de produção de alimentos orgânicos. Em sua opinião, o curso é muito bem-vindo e reflete a importância que a sociedade vem dando para a temática.

Por último falou o chefe do Departamento de Horticultura da Faculdade de Agronomia da Ufrgs, Paulo Vitor Dutra. Para ele, é crucial manter o tripé ensino/pesquisa/extensão. “A partir dessa troca de experiência, queremos fazer com que o conhecimento chegue até o principal interessado, que é o agricultor. Esse é o nosso principal anseio”.

Com informações da Assessoria de Comunicação da Fepagro