Atualizada em 05/12/2018 - 14h53

O reitor Leonardo Beroldt participou, nesta terça-feira (4), de um debate sobre as contribuições e desafios das instituições de Ensino Superior público na Região do Alto Uruguai. O evento é uma ação conjunta da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) e Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs), através de seus campi locais, e ocorreu no Auditório da UFFS, em Erechim.

O debate foi mediado pelo presidente do Conselho Comunitário da UFFS – Campus Erechim, Douglas Cenci. Entre os debatedores, além de Beroldt, estavam os diretores Anderson Ribeiro (UFFS) e Eduardo Predebon (IFRS). Juntas, as três instituições ofertam 15 cursos de graduação em Erechim, atualmente.

Estudantes e funcionários do corpo docente e técnico administrativo da Unidade da Uergs em Erechim acompanharam o debate, que também contou com a participação do diretor regional do Campus III, Fabrico Soares,  e do diretor eleito para o próximo mandato, Gerônimo Prado.

Durante o debate, o reitor da Uergs destacou três pontos. O primeiro deles se refere ao compromisso das Instituições Públicas de Ensino Superior (IES) com a formação de um pensamento crítico e à importância de resistir às tentativas de cerceamento das liberdades didático-científicas e, com isso, garantir o espírito de pluralidade e de liberdade de expressão dentro das universidades.

A segunda contribuição diz respeito ao compromisso com a qualidade da formação dos egressos para além do mercado de trabalho, considerando que “devemos pensar não apenas um mercado, mas mercados de trabalho, entendendo que mercados são construtos sociais, portanto, são resultado das relações sociais”, destaca Beroldt.

Por último, o reitor falou sobre o papel de vanguarda das IES, especialmente as universidades. “Não podemos ser apenas uma correia de transmissão de interesses de governantes e não podemos atender a interesses político-ideológicos dos diferentes momentos”, disse.

Em sua fala, Beroldt também mencionou a importância das IES assegurarem a autonomia universitária e com isso garantir a liberdade de auto-organização didático-científica, administrativa e de gestão financeira.

Entre os desafios, o reitor da Uergs destacou a necessidade de ampliar o diálogo com a sociedade, e citou o exemplo do Campus Erechim da UFFS, que criou um Conselho Comunitário que funciona como um conselho externo à instituição e incide sobre as políticas da Universidade. De acordo com Beroldt, a construção de relações mais orgânicas com a população das comunidades onde a Uergs está inserida é um grande desafio para a Universidade.

“Apesar da nossa estrutura prever os conselhos consultivos regionais, além do Conselho Superior, a participação da sociedade nessas instâncias ainda é muito pequena e nós precisamos ampliar isso no sentido de buscarmos maior enraizamento junto às regiões onde estamos posicionados”, enfatiza.

Outro desafio citado por Beroldt é a ampliação das parcerias interinstitucionais. “Ontem demos mais um passo no entendimento da necessidade de termos cursos de graduação e de pós-graduação em parceria, projetos de pesquisa, ações de extensão e avançarmos mais na mobilidade docente, na troca, no intercâmbio entre docentes dessas instituições. Além disso, avançarmos na mobilidade discente, ou seja, oportunizar maior flexibilidade na circulação entre os estudantes para que possam cursar disciplinas entre as diferentes instituições. Inclusive, otimizando assim os recursos humanos dessas três Instituições do Alto Uruguai” conclui.

Além de promover um momento de integração entre a comunidade regional do Alto Uruguai gaúcho e as três IES, o evento oportunizou um espaço para que representantes de entidades e demais interessados pudessem manifestar ideias, demandas e preocupações referentes ao Ensino Superior público.